A biotina é tão boa quanto anunciam para a queda de cabelo?


Caso você esteja na busca de tratamentos capilares, invariavelmente você irá se deparar com a biotina em sua pesquisa ou dicas de tratamentos. Essa vitamina, que faz parte do conjunto de vitaminas do complexo B, tem a fama de melhorar a aparência e manter os cabelos, unhas e pele em dia. Mas será que isso significa que pode aumentar o volume dos seus cabelos?

O Criasaude fez um apanhado das pesquisas sobre o tema e entrevistou a Dra. Marcella Quitete, médica dermatologista pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, para conseguir responder isso para você.

O que é a biotina?

A biotina é uma vitamina essencial (micronutriente), faz parte do complexo B, que auxilia na produção de queratina, uma proteína responsável pela formação das unhas, pele e cabelos.


A biotina ajuda no crescimento ou queda do cabelo?

Para responder a essa pergunta, primeiro precisamos entender que existem diferentes causas para queda de cabelo (queda de cabelo em homens e queda de cabelo em mulheres), que podem envolver um problema mais sistêmico como distúrbios endócrinos, anemia, uso de medicamentos, entre outros. Mas “existem várias razões para suspeitar do papel dos micronutrientes nesses tipos de queda de cabelo”, segundo a dermatologista Dra. Marcella Quitete.

É importante entender o que está causando a queda de cabelo, mas isso pode exigir uma investigação médica, que na maioria das vezes começa por um exame físico completo e exames de sangue.

Algumas pesquisas, incluindo um estudo de 2016, mostraram que a falta de biotina no organismo pode levar à queda de cabelo.

Porém, até o momento, não há pesquisas suficientes para afirmar definitivamente que a biotina pode ajudar a crescer o cabelo. Mas a biotina demonstrou ajudar na prevenção da calvície e da queda de cabelo, segundo artigo publicado na Cleveland Clinic em 2022.

Um estudo publicado em 2017, que revisou estudos sobre o uso da biotina para queda de cabelo, concluiu que em casos de queda de cabelo em que há deficiência de biotina, a suplementação da biotina pode ser benéfica, no entanto esses casos são incomuns e mais pesquisas precisam ser realizadas a respeito de sua eficácia para queda de cabelo.

A realidade é que faltam pesquisas robustas sobre o assunto. Mas a biotina é algo que você deveria tentar? A boa notícia é que tomar biotina em quantidades razoáveis dificilmente irá gerar efeitos indesejados.

Sempre consulte especialistas, no caso dermatologistas, para saber qual é a melhor opção para o seu caso. “Atualmente existem outras medicações de escolha para o tratamento das diversas causas de alopecia”, declarou a Dra. Marcella Quitete em entrevista para o Criasaude em dezembro de 2022.

A biotina é segura, tem efeitos colaterais?

Trabalhar mais biotina em seu sistema (seja por meio de suplementos ou na alimentação) geralmente é seguro. Mas é importante não exagerar. Em alguns casos raros, muita biotina de suplementos pode causar problemas estomacais, problemas para dormir e erupções cutâneas.

Outra preocupação em torno da biotina é que ela pode interferir em certos testes de laboratório comuns feitos por seus médicos.

Redação:
Adriana Sumi (farmacêutica). Supervisão final do texto: Xavier Gruffat (farmacêutico). 27.12.2022.

Fontes e Referências
- Entrevista realizada com a Dra. Marcella Oliveira Menezes Quitete de Campos, CRM 188620, dermatologia pelo Hospital Federal dos Servidores do Estado do Rio de Janeiro, em dezembro de 2022 pelo Criasaude.com.br.
- Artigo da Cleveland ClinicIs Biotin as Good as Advertised for Your Hair Loss?” (tradução livre: A biotina é tão boa para a queda de cabelo quanto anunciado?) de 26 de outubro de 2022, acessado em novembro de 2022 pelo Criasaude.com.br.
- Artigo científico: Trüeb RM. Serum Biotin Levels in Women Complaining of Hair Loss. Int J Trichology. 2016 Apr-Jun;8(2):73-7. DOI: 10.4103/0974-7753.188040. PMID: 27601860; PMCID: PMC4989391.
- Artigo científico: Patel D.P., Swink S.M.,Castelo-Soccio L.A Review of the Use of Biotin for Hair Loss. Skin Appendage Disord. Agosto de 2017, páginas 166-169, DOI: 10.1159/000462981.

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