6 benefícios da L-arginina


Você já ouviu falar da arginina? Este aminoácido é utilizado diariamente pelo corpo em muitas funções, ela é conhecida por melhorar a circulação sanguínea, ajudar no ganho de massa magra e na recuperação de doenças graves. Mas é necessário ter cuidado ao suplementar, pois ela pode interagir com diversos medicamentos e não é recomendada em algumas condições.

O Criasaude fez uma pesquisa profunda em artigos científicos para explicar os benefícios da suplementação de L-arginina, que pode ser utilizada por diversas populações, porém pode não ser tão efetiva quanto as empresas de suplementos divulgam.

O que é a arginina?

A arginina é um aminoácido semi essencial, ou seja, o corpo pode produzi-lo, mas em situações como gravidez, infância (crescimento), doenças críticas ou traumas, precisamos de quantidades extras e o nosso corpo não dá conta de produzir tudo que precisamos. Ela é fundamental para a produção de óxido nítrico, uma molécula que relaxa os vasos sanguíneos, melhora a circulação e participa da produção de células do sistema imunológico (linfócitos T). Por desempenhar funções essenciais no organismo, a falta de arginina pode comprometer o funcionamento das células e órgãos, resultando em graves consequências para a saúde.

Ela pode ser produzida através da quebra de proteínas do nosso corpo ou adquirida através da alimentação.

Alimentos ricos em arginina

A arginina pode ser obtida através de alimentos ricos em proteínas, como:

- carnes,

- peixes,

- laticínios (leite, iogurte, queijo),

- nozes e sementes (amêndoas, castanhas de caju, sementes de abóbora),

- leguminosas (soja, grão de bico)

- grãos integrais (arroz integral, aveia).


Suplementos de L-arginina

A arginina na forma de suplemento é geralmente encontrada como L-Arginina, uma das formas sintéticas da arginina que mais absorvemos, e podem ser administradas por via:

- oral como cápsula, comprimidos ou pó;

- tópica como creme para pele e cabelos (para fins estéticos);

- intra-intravenosa (IV).

Para que serve a suplementação L-arginina?

Os suplementos de L-arginina são utilizados por atletas e pessoas com condições médicas como hipertensão, além de serem empregados clinicamente no tratamento de doenças e feridas graves. Embora estudos apontem benefícios potenciais do seu uso, os resultados são variados, e sua eficácia pode não ser tão significativa quanto alegam algumas empresas de suplementos. Confira os 6 benefícios que a suplementação de L-arginina pode gerar:

1. Saúde do coração e pressão arterial

A L-arginina contribui para a produção de óxido nítrico, que relaxa os vasos sanguíneos e melhora a circulação sanguínea, ajudando a reduzir a pressão arterial. Uma revisão de 2016 analisou sete estudos e concluiu que a suplementação oral ou intravenosa de L-arginina reduziu a pressão sistólica em até 5,4 mmHg e a diastólica em até 3,1 mmHg em adultos hipertensos.

2. Desempenho físico

A L-arginina pode melhorar o fluxo de sangue para os músculos, aumentando o transporte de oxigênio e nutrientes. Isso pode ajudar atletas a reduzir a fadiga e melhorar o desempenho físico. Contudo, os resultados ainda são variados, alguns estudos não demonstrando uma melhora no desempenho físico quando a L-arginina é utilizada somente logo antes do exercício.

3. Cicatrização e tratamento de doenças críticas

Em casos de doenças graves (como infecções, inclusive na recuperações de COVID-19), queimaduras ou cirurgias, a demanda por L-arginina aumenta. Ela é essencial para a cicatrização e fortalecimento do sistema imunológico.

4. Disfunção erétil

Uma revisão de 2019 de 10 estudos encontrou que o uso de suplementos de arginina em doses variando de 1,5 a 5 gramas diárias melhorou significativamente a disfunção erétil, em comparação com um placebo ou nenhum tratamento.

5. Controle do açúcar no sangue

Para pessoas com risco de diabetes, a L-arginina pode melhorar a sensibilidade à insulina. Estudos indicam que a suplementação prolongada pode ajudar a prevenir a doença.

6. Prevenção e controle de pré-eclâmpsia

Estudos demonstraram que o tratamento com L-arginina durante a gravidez pode ajudar a prevenir e tratar a pré-eclâmpsia, uma condição perigosa caracterizada por hipertensão e proteína na urina.

Como tomar L-arginina?

A dose recomendada varia conforme o objetivo. Em geral, doses entre 1,5 a 6 gramas diárias são seguras por um tempo específico de tratamento (3 a 24 meses). É essencial que procure um profissional de saúde qualificado para as devidas recomendações e acompanhamentos, especialmente se você tem alguma doença cardíaca, está tomando outros medicamentos ou está grávida.

Para melhor absorção, os suplementos devem ser tomados entre as refeições.

Efeitos colaterais

A L-arginina é segura em doses adequadas, mas pode causar alguns efeitos colaterais, embora seja raro, como: inchaço, diarreia, tontura, náusea ou vômito, reação alérgica (urticária, coceira ou erupção cutânea), dificuldade para respirar ou sensação de aperto no peito e insuficiência cardíaca.

Se você sentir qualquer efeito colateral, procure imediatamente seu médico ou vá à emergência mais próxima.

Quem não deve tomar L-arginina?

Evite suplementar L-arginina nos seguintes casos: asma grave ou doenças pulmonares, uso de medicamentos para pressão arterial baixa, uso de anticoagulantes.

Gestantes devem suplementar apenas com orientação médica, em casos como pré-eclâmpsia.

A L-arginina pode interagir com diversos medicamentos, portanto, caso você faça uso recorrente de alguma medicação não tome a L-arginina sem que seu médico saiba.

Nota do Criasaude

A L-arginina é um aminoácido importante que pode beneficiar a saúde cardiovascular, a performance física, a função imunológica e muito mais. Para pessoas com demandas específicas, a suplementação pode ser uma opção interessante, desde que haja orientação profissional. Como sempre, o mais importante é buscar um estilo de vida equilibrado e consultar um profissional de saúde antes de iniciar qualquer suplementação.

Fontes e referências:
PubMed, Artigo em inglês da Cleveland Clinic:L-Arginine, revisado em março de 2022, acessado pelo Criasaude em dezembro de 2024, link funcionando nesta data.

Data:
27.12.2024

Redação:
Adriana Sumi (farmacêutica pelo USP)

Em destaque

Gerente farmacêutico,Campinas

As últimas notícias

Assine a nossa newsletter